Fortalecer os mercados públicos municipais mineiros, considerados não apenas espaços fundamentais de comercialização da produção da agricultura familiar mas também lugares para vivenciar a cultura, gastronomia, arte, lazer, turismo e encontros sociais de uma cidade. Esse é o objetivo do projeto Mercados de Minas, que propõe revitalizar, construir e reformar esses locais. A iniciativa vai envolver a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), em parceria com a Codemig e o Sebrae. Para discutir os passos dessa ação, técnicos (engenheiros e arquitetos) da empresa mineira de extensão, da Codemig e Sebrae iniciaram nesta terça-feira uma oficina técnica coletiva, com prefeitos e representantes de 18 municípios de diversas regiões do Estado. O encontro termina nesta quarta-feira (10/05), com um atendimento mais individualizado de cada município participante.

Além da restauração dos prédios onde funcionam os mercados já existentes, o projeto prevê a construção de outros nos municípios de São Gotardo, no Alto Paranáiba, e Três Pontas, no Sul do Estado. A diretora de Infraestrutura da Emater-MG, Fabíola Paulino da Silva, explica que a empresa tem o papel de mobilizar os atores dos municípios e dar assistência e orientações necessárias para essa remodelagem, destacando sobretudo a dinâmica de ocupação e uso desse mercado. “Envolver setores como a agricultura familiar, cultura, turismo e artesanato é um pouco o papel da Emater nesse processo. A Codemig entra com o apoio financiador da proposta e como indutora do desenvolvimento, já que os mercados têm papel importante na economia local. E o Sebrae entra como parceiro e também com a elaboração da identidade”, destaca. Ainda segundo a diretora, nessa primeira etapa, o projeto vai atender 12 municipios e em seguida mais seis.

Um dos prefeitos presentes, Armando Jardim Paixão, de Araçuaí, no Vale Jequitinhonha, já tem as sugestões para recuperar o mercado central do município. “É um mercado grande, de três mil metros quadrados, mas como está bem idoso, está precisando de umas reformas básicas para atender a sociedade de lá. Precisamos de melhorar os banheiros, adequar a área de alimentação, verduras e frutas pra ficar de acordo com as determinações da Vigilância Sanitária”, enumerou. Para o prefeito, o espeço precisa atender bem a população rural e urbana. “O espaço do mercado é onde o agricultor vende a sua produção, então não adianta ele produzir e não ter área adequada para comercializar”, argumentou.

Também presente e com um projeto com as mudanças que o município precisa para o mercado central, a prefeita de Bocaiúva, no Norte de Minas, Marisa Alves, reclamou que há vinte anos o prédio não recebe qualquer reforma. “Temos um mercado tradicional, de grande porte, mas que hoje não comporta os 500 produtores que comercializam seus produtos de sexta-feira a sábado. Tá pequeno para a demanda e muitos vendem suas mercadorais na área externa ao mercado”, revela. De acordo a prefeita, a agricultura é a segunda fonte de renda do município e merece toda a consideração. “A gente quer transformar o nosso mercado na principal atração da cidade. Queremos colocar um posto de saúde, sala de reunião para os agricultores, ambientes de cultura, de comidas típicas, acessibilidade com rampas, iluminação, recuperar os banheiros. Temos mil metros quadrados de área construída muito antiga e queremos expandir com mais 600 metros”, conta.

No encontro na sede da Emater-MG, em Belo Horizonte, os representantes dos municípios levaram os projetos de restauração ou mesmo construção de mercados. Após análise técnica pelas áreas de arquitetura e engenharia da Codemig, a próxima fase será a assinatura de convênios com os municípios, para a liberação dos recursos.