O ano de 2021 foi repleto de desafios e conquistas para o agro mineiro, em especial para a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Mesmo com as restrições impostas pela pandemia de covid-19, a empresa iniciou o ano em plena produção. Graças aos avanços da vacinação, a dinâmica de trabalho presencial foi retomada nas cinco Unidades, 23 Campos Experimentais e dois Institutos de Ensino distribuídos por Minas Gerais.

Para a presidente da Epamig, Nilda Soares, a necessidade de se reinventar durante a pandemia foi inspiração para que a empresa desse passos largos rumo ao desenvolvimento do agro mineiro, tudo sem perder de vista a pesquisa, foco principal da empresa.

Em 2021, a Epamig gerou mais de 50 tecnologias agropecuárias para o homem e a mulher do campo. Segundo o diretor de Operações Técnicas, Trazilbo de Paula, são tecnologias focadas nas reais necessidades das propriedades rurais de Minas Gerais.

Ensino superior

Ainda segundo a presidente Nilda Soares, uma das grandes realizações da Epamig em 2021 foi o credenciamento dos institutos técnicos da empresa à Rede Estadual de Ensino Superior. O processo foi oficializado pelo Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEE) no dia 3 de dezembro.

Com a inclusão, o Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), em Juiz de Fora, e o Instituto Técnico de Agropecuária e Cooperativismo (ITAC), em Pitangui, poderão ofertar, já em 2022, os cursos de Tecnologia em Laticínios e em Agropecuária de Precisão, respectivamente.

Cada curso vai ofertar 40 vagas por ano. O ingresso se dará por meio de processos seletivos com editais próprios que serão divulgados em janeiro de 2022. A classificação vai utilizar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Os cursos serão presenciais.

O credenciamento da empresa de pesquisa também vai possibilitar a oferta de curso de pós-graduação nas modalidades Lato Sensu e Stricto Sensu pelos dois Institutos. “As duas atividades são complementares. O ensino superior abre novos campos para a pesquisa e a pesquisa contribui para a excelência do ensino”, destaca Nilda Soares.

Transformação da cafeicultura em Minas Gerais

O bem-sucedido projeto da Epamig que avalia o desempenho de novas cultivares de café no cerrado mineiro ganhou proporções mais amplas em 2021. O projeto, em parceria com a Embrapa Café, agora abrange 43 propriedades localizadas em 41 municípios das regiões Sul, Sudoeste, Oeste, Campo das Vertentes, Zona da Mata, Vale do Rio Doce, Vale do Jequitinhonha, Norte, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

O objetivo é monitorar o comportamento de 16 cultivares de café, nas condições de cultivo e manejo tradicionais das áreas, para recomendar opções mais adequadas com base em aspectos como produtividade, precocidade, maturação uniforme e qualidade. O plantio inicial das mudas ocorreu no início de dezembro. As primeiras floradas dos cafeeiros estão previstas para setembro ou outubro de 2023.

Energia agrovoltaica

Otimizar o uso do solo de modo a integrar a sombra feita por placas de geração de energia à produção de alimentos em Minas Gerais. Essa é a proposta tecnológica que a Epamig começou a desenvolver em 2021, em parceria com a Cemig.

As implantações dos projetos-pilotos, previstas para 2022, vão ocorrer em seis Campos Experimentais da Epamig. No Norte de Minas, experimentos deverão ser realizados nos municípios de Jaíba, Nova Porteirinha e Leme do Prado. No Centro-Oeste estão previstos projetos-pilotos no município de Prudente de Morais. Já na região Oeste, sistemas com módulos de geração fotovoltaica deverão ser instalados em Patrocínio. Por fim, o município de São João del-Rei, no Sul de Minas, também está na lista para receber os experimentos iniciais.

Silagem de trigo

O uso de silagem de trigo para alimentação de bovinos cresce cada vez mais no Brasil, sobretudo em estados da região Sul do país. Nesse sentido, a Epamig iniciou em 2021 um projeto para impulsionar essa alternativa de alimentação animal.

Com foco nas características anatômicas do trigo, capazes de dificultar a digestão dos animais, a Epamig realizou pesquisas com a cultivar MGS Brilhante, que não possui aristas e está adaptada às condições edafoclimáticas de Minas Gerais.

A MGS Brilhante tolera temperaturas mais elevadas e certo déficit hídrico na entressafra. Além disso, a cultivar, de porte alto, é resistente ao tombamento (acamamento). Em condições de sequeiro com incidência regular de chuvas no período de março a setembro, a MGS Brilhante produz entre 25 e 35 toneladas de silagem por hectare. Já sob irrigação, a cultivar produz mais de 50 toneladas de silagem por hectare.

Sistema de Gestão Integrada

Para o diretor de Administração e Finanças da Epamig, Leonardo Kalil, um dos pontos positivos da empresa ao longo de 2021 foi o alcance de metas acompanhadas mensalmente. Para administrar uma empresa grande, distribuída em diferentes municípios, foi implantado o Sistema de Gestão Integrada (SGI) que, desde 2019, promove mudanças na forma como a Epamig define necessidades e executa orçamentos.

Com o auxílio do SGI, a Epamig comemora anos consecutivos com balanços financeiros positivos. Ainda de acordo com Leonardo Kalil, isso é importante para a empresa obter a autonomia necessária para fazer pesquisas e executar reformas de prédios, laboratórios, salas de aula e fazendas.

“Gerenciar unidades espalhadas de Norte a Sul de Minas é um trabalho complexo. Por isso, planejar metas e acompanhar resultados mensalmente é primordial para o sucesso administrativo. Hoje, a Epamig possui todos os dados de gestão à vista e envolve ao máximo os colaboradores da empresa em seus processos. Assim, fica mais fácil alcançar as metas e aumentar nossas entregas para a sociedade mineira”, pontua Leonardo Kalil.

Destaque na categoria de serviços agropecuários

Em 2021, a Epamig esteve no pódio das melhores empresas de serviços agropecuários do Brasil. O ranking foi divulgado no 17º Anuário do Agronegócio da revista Globo Rural (Editora Globo), com base em dados coletados pela Serasa Experian relativos ao ano de 2020. No total, a publicação apresentou as dez melhores empresas brasileiras de prestação de serviços agropecuários. Entre elas, a Epamig ficou em segundo lugar, sendo a empresa de pesquisa mais bem colocada.

Para fazer o ranking, a equipe do Anuário considerou quesitos como as demonstrações contábeis das empresas analisadas, índices responsáveis por 70% das notas atribuídas. Além das análises econômicas e financeiras, a classificação geral também levou em consideração a responsabilidade socioambiental das companhias, critério que compôs 30% da nota final.

A Epamig é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).

 

 

Bruno Guimarães - Ascom/Epamig

Foto: Epamig/Divulgação