Os futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam com altas de mais de 4 pontos nesta sexta-feira (21). Após as perdas expressivas na sessão passada, os contratos buscaram ficar acima de US$ 9,50/bushel, recuperando parte das perdas.

O vencimento maio/17 - mais negociado - avançou 4,20 pontos, terminando cotado a US$ 9,51. O julho/17 e agosto/17 tiveram 4 pontos de alta, encerrando o pregão a US$ 9,60 e US$ 9,62, respectivamente. Por fim, o setembro/17 ganhou 5,60 pontos, fechando a US$ 9,60.

As baixas de quinta-feira encontraram suporte no clima dos Estados Unidos e nos anúncios de exportações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sigla em inglês). Resultado do interesse da China em comprar mais soja dos EUA - para julho e agosto - devido  à dificuldade de oferta na América do Sul e os preços relativamente competitivos no mercados mundiais. Esse movimento motivou as recuperações de hoje, sexta-feira.

Os produtores do Brasil vêm desacelerando as vendas em resposta aos preços futuros mais baixos. As ofertas nos portos diminuiram, levando os exportadores se concentrarem no cumprimento dos negócios já efetivados antecipadamente.
As altas também encontraram sustentação no anúncio de compra de 146 mil toneladas de soja dos EUA para destinos desconhecidos, divulgado pelo USDA, nesta sexta. 

"Em ano de super safra mundial seria normal ter uma pressão baixista nas cotações (...) mas, hoje o mercado dá sinais que não há espaço para quedas", destaca o consultor, Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, acrescentando que "abaixo dos US$ 9,50 há pressão de compra para garantir abastecimento físico."

"As tendências na soja são misturadas. A sustentação está entre US$ 9,32 e US$ 9,40 para maio e, resistência em US$ 9,57 a 9,68", diz Jack Scoville, analista de mercado da Price Futures Group.

Vale lembrar que os investidos seguem acompanhando o clima dos EUA. As previsões indicam menos chuvas na próxima semana, que poderia beneficiar a semeadura do milho atrasado. Contudo, os mapas climáticos também apontam um retorno das chuvas após o período mais seco. Dessa forma, o excesso de precipitações poderia manter o plantio de cereal lento e forçar algumas áreas adicionais para soja.

Boletim da AGresources, direto de Chicago:

China compra, Brasil vende, preços caem para os americanos
O patamar de preços físicos da soja ao produtor nos Estados Unidos também se encontra nos piores níveis dos últimos anos.

Entretanto nos últimos 2 meses não apresentam queda nem alta acentuada - enquanto que na América do Sul os preços da soja caíram ladeira à baixo, com a produção recorde do Brasil, Argentina e Paraguai (175,8 MTs produzidos em 2016/17).

O produtor norte-americano não sofre influências cambiais, sendo possível uma formação de preço bem mais atrelada às cotações diretas na CBOT.

Em média, os norte-americanos já entregaram 75% de sua soja colhida no último ano.

E ainda mantem esperanças de uma melhora nos preços nestes próximos meses, antes da colheita de sua próxima safra - que usualmente começa ao final de agosto. |

A gigante asiática, China, continua sedenta por soja ... abastecida por uma campanha de exportação brasileira recorde desde janeiro. |

Dessa forma, os Fundos continuam no "embalo" de adicionarem mais posições vendidas.

Mercado interno

Em função do feriado de Tiradentes os negócios com a soja no mercado interno não funcionaram nesta sexta-feira.

Clima segue favorável para a safrinha
Chuvas se estreitam à duas faixas cortando o Brasil na região Central e Sul.

Com o período de chuvas chegando ao fim para o Centro-Oeste do Brasil, quaisquer novas incidências de precipitações significantes serão muito bem-vindas para os produtores de safrinha na região.

Ao Sul do país e a uma pequena parte da Argentina, chuvas se concentram com maior volume. Totais mais pesados continuam sendo previstos para uma pequena área ao Nordeste dos nossos vizinhos argentinos.

Com temperaturas dentro da média para quase todo o Brasil, o fim de semana estendido com feriado se mostra bem favorável ao desenvolvimento do milho, sorgo, girassol e feijão plantado na segunda safra do país. |

No geral, as duas principais safras no Brasil se resumiram de maneira ideal. Com condições climáticas bastante favoráveis desde novembro de 2016.

 

Fonte: Notícias Agrícolas