Você sabe o que é e como diferenciar um pasto contrafilé de um pasto costela? Independente de qual dos dois cortes você prefere no churrasco, entender quais as características de cada um é fundamental para um bom desempenho da sua boiada na invernada. A resposta foi dada nesta sexta, 22, em entrevista gravada pelo repórter Marco Ribeiro com o doutor em zootecnia e pesquisador da Apta, a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, Gustavo Rezende Siqueira.

Siqueira explica que, num churrasco, se cada pessoa comer 300 g e o anfitrião comprar 400 g de contrafilé por pessoa, a demanda será bem atendida. Mas se for servido o corte de costela, será necessário muito mais do que os 300 ou 400 g. “Se eu comprar 300 g de costela por pessoa, o que vai acontecer? A turma vai sair com fome. Por quê? Porque tem osso, tem mais gordura. Então o aproveitamento da costela é menor e eu vou precisar comprar 1 kg de costela por pessoa”, explicou Gustavo.

E o que isto tem a ver com a sua pastagem? O doutor em zootecnia completou: “Às vezes a gente olha um pasto e fala ‘nossa, eu tenho muita massa, muito pasto’. Mas este é um pasto costela. É um pasto muito alto, com muito colmo, o boi não consegue pastar. Ele tem grande dificuldade para conseguir pastejar, vai ter que colher só as folhinhas com grande dificuldade e isso faz com que o animal fique muito tempo trabalhando”, detalhou.

Gustavo fez ainda uma comparação afirmando que de tanto trabalhar para extrair o máximo das forragens já passadas do ponto ideal, os animais acabam fazenda “hora extra” no serviço, o que, neste caso, não é bom. Afinal, o pecuarista paga por esta hora extra, mas os animais não desempenham, não convertem aquilo em carcaça, o que acaba piorando a situação.

Para saber se as pastagens aparentemente com muita massa serão bem consumidas e convertidas em carcaça pelo gado, Gustavo recomendou que o pecuarista entre no meio da invernada e simule o movimento de pastejo para detectar a real condição. “O pasto, quando visto de fora da cerca, dá outra impressão. O drone ajuda, mas o pecuarista precisa andar na pastagem, fazer um “X” pelo piquete pra saber de verdade, pra ajustar a carga”, indicou.

 

Fonte: Giro do Boi