Nesta segunda, 04, o Giro do Boi exibiu entrevista com o engenheiro agrônomo e mestre em ciência animal, José Renato Silva Gonçalves, administrador da Fazenda Figueira, propriedade da Fealq, a Fundação da Esalq/USP. Ele falou sobre a aplicação prática do bagaço de cana em dietas de confinamento, tendo em vista o início da entressafra, época em que os pecuaristas buscam alternativas para terminação em cocho.

Segundo José Renato, que também atua como consultor da Corteva Agriscience, a divisão agrícola Dow Dupont, existe atualmente um volume significativo de produtores que usam o grão sem processamento nas dietas de cocho, o que dificulta o aproveitamento do milho pelos animais em terminação. “O bovino é um ruminante e para este rúmen funcionar nós precisamos de um mínimo de fibra lá dentro, e de fibra efetiva, com tamanho de partícula, que realmente melhore a degradação dentro do rúmen. Então nessas dietas com grão inteiro, a hora que a gente acrescenta um pouco de fibra de efetividade boa, como a do bagaço de cana, nós realmente melhoramos a eficiência”, afirmou.

No entanto, José Renato ponderou que existem outros tipos de dieta, que usam grãos processados de milho, como a silagem de grão úmido, floculação e laminação, que melhoram a digestibilidade do cereal e, para estes casos, outras fontes de fibras, mais ricas em proteína e energia do que o bagaço, podem complementar melhor a dieta.

Por isso, a eventual presença do bagaço nas dietas de cocho passa ser importante para a inserção de fibras em dietas mais concentradas, que é quando o pecuarista obtém melhor resposta do ingrediente. Assim, ganham uma opção os produtores que estão mais próximos a usinas e têm acesso a um bagaço mais barato, além de poder adquirir o milho mais barato, de forma a não haver necessidade alta de processar estre grão para aumentar o aproveitamento de seu amido pelo gado.

O bagaço, segundo José Renato, pode servir também como componente de uma dieta de manutenção, em que não há necessidade de engorda para o abate imediato dos bovinos. Já nas dietas para terminação, seu uso deve ser limitado a no máximo 25% da formulação para que dê resultado.

Veja todas as recomendações para uso de bagaço de cana em dieta de bovinos na entrevista completa do agrônomo, mestre em ciência animal e administrador da Fazenda Figueira, da Feal, José Renato Silva Gonçalves.

 

Fonte: Giro do Boi