Nesta segunda, 07, o Giro do Boi recebeu em estúdio o zootecnista Fábio Dias, diretor de relacionamento com o pecuarista da JBS, para fazer o balanço de uma série de encontros com produtores de todo o Brasil com foco em apresentar uma nova alternativa para agregação de valor para quem faz cruzamento em suas fazendas, a linha 1953.

Até esta segunda semana de maio, foram realizados 15 encontros com mais de 600 pecuaristas nas cidades cujas unidades de abate estão habilitadas para a linha: Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, Iturama, em Minas Gerais, Barra do Garças, Pontes e Lacerda, Diamantino e Juara, no Mato Grosso, Vilhena, em Rondônia, e Marabá, no Pará. “A ideia por trás da 1953, que é integrar todas as outras raças europeias de corte ao processo à produção de carne premium, está sendo muito bem recebida e a gente está tendo oferta boa,” aprovou o zootecnista.

Além da premiação pela produção de qualidade, um dos diferenciais da linha é agregar valor a raças que melhor se adaptam à realidade de cada sistema produtivo. “Não temos em específico uma raça, temos uma qualidade. Esse é o grande lance da 1953: reconhecer toda essa qualidade que está nas outras raças e deixar que o pecuarista escolha a melhor para o sistema de produção dele. […] O cruzamento é uma das boas ferramentas para você adequar rapidamente as necessidades do seu sistema à raça que você vai usar”, completou.

O diretor exemplificou a situação afirmando que em sistemas com maior disponibilidade de grãos, é possível cruzar fêmeas F1 com raças continentais de maior porte, que responderão à energia da dieta com boa produção de carcaça. Já em sistemas mais baseados em pasto, raças de frame menor, como as britânicas, podem ser usadas para agregação de valor. “A possibilidade de deixar o produtor escolher é aumentar a produtividade e isso para nós é muito importante, não impor ao produtor redução de produtividade e sim todo mundo alinhado atrás de produtividade com qualidade”, resumiu.

“Se o pecuarista está produzindo bem, optou por aquelas raças e elas estão bem dimensionadas para o sistema de produção dele, e se elas produzem carne de qualidade, nós é que temos que fazer o trabalho de agregar valor àquilo. Organizamos um processo, uma marca que recebe todas estas raças e que está funcionando muito bem”, acrescentou. A premiação, vale lembrar, pode chegar a até R$ 13,00 por arroba. São R$ 2,00 a R$ 6,00 pelo Protocolo Sinal Verde, que serve de base e é válido para todos os lotes, mais até R$ 5,00 pelo padrão das raças que produzem carne de qualidade superior e ainda mais R$ 2,00 para o pecuarista que programa abates via contratos a termo.

“A gente está introduzindo no conceito de remuneração de qualidade a questão do planejamento, do contrato a termo, para a gente saber quando o animal vai chegar para o abate. Isso é fundamental no processo de construção da demanda pela qualidade, que é o boi a termo. O que normalmente é cobrado como um serviço a gente fez o contrário, pelo planejamento, pela garantia da condição comercial para os próximos meses”, revelou. Dias detalhou que os animais podem ser incluídos em contratos para até 12 meses à frente através de um planejamento simples de escala com uma nota de negociação, o que torna o processo simples.