Em palestras promovidas em parceria com o IMAmt, coordenador de Defesa Sanitária Vegetal recomenda o que deve ser feito para evitar a proliferação de bicudo e outras pragas

Quem disse que os cuidados com o bicudo-do-algodoeiro devem se restringir às lavouras? O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) fez um ciclo de palestras, em parceria com o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), em que o foco principal foram os cuidados necessários ao transporte de fardos de algodão, que começa a se intensificar à medida em que evolui a colheita da safra 2016/17.

"A responsabilidade pela carga é do transportador e do estabelecimento de origem, de acordo com a Instrução Normativa Conjunta Sedec/Indea-MT nº 001/2016, e o produtor só deve autorizar o transporte de algodão e seus subprodutos se estiverem bem envelopados para evitar o derramamento nas vias", alerta o coordenador de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV) do Indea-MT, Thiago Augusto Tunes. "É preciso um esforço conjunto entre os produtores e os transportadores para que acondicionem melhor a sua carga, evitando perdas no transporte, que acabam transformando as margens das nossas estradas em verdadeiras lavouras", acrescenta Tunes.

Ele fez questão de levar a produtores e seus colaboradores, e também a representantes de transportadoras, as novas determinações da IN publicada em 2016, que dispõe sobre medidas fitossanitárias para controle do bicudo-do-algodoeiro em Mato Grosso. O ciclo de palestras do projeto de educação sanitária aconteceu em Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Campo Novo do Parecis e Sapezal, durante reuniões dos Grupos Técnicos do Algodão (GTAs) – formados como parte das estratégias do programa Controle Efetivo do Bicudo, executado pelo IMAmt juntos aos associados da Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão).

Tunes sugere que os produtores utilizem restos de lonas para fazer o envelopamento correto da carga de algodão. Eles também podem usar restos do plástico que envolve os rolos de algodão após a colheita no campo. O coordenador alerta ainda para a importância de se fazer a limpeza dos caminhões antes e depois do transporte, principalmente nas rodas onde há grande acúmulo de resíduos.

O Indea-MT tem equipes de fiscalização volante nas estradas de Mato Grosso para checar o transporte de algodão e subprodutos, e a penalidade para quem não fizer o acondicionamento do transporte correto, provocando o derramamento de plantas e/ou produtos vegetais nas vias, é de 50 UPFs (Unidade Padrão Fiscal).

"As concessionárias de rodovias também devem estar conscientes da importância de fazer a limpeza e manutenção das faixas de domínio devido à relevância da cotonicultura para a economia de Mato Grosso", afirmou.

De acordo com Tunes, as plantas que nascem espontaneamente às margens das rodovias são hospedeiras de diversas pragas e doenças da cultura do algodão, além de serem fontes de alimentação e reprodução do bicudo-do-algodoeiro, que é considerado a maior ameaça à cotonicultura nacional.

Vazio sanitário - A IN Conjunta Sedec/Indea-MT 001/2016 trouxe outras mudanças importantes para o controle do bicudo, como a divisão de Mato Grosso em duas regiões com datas distintas para o calendário de vazio sanitário, período caracterizado pela ausência de plantas com risco fitossanitário e restrição de plantio do algodoeiro.

Na Região I - composta pelos municípios de Rondonópolis (e outros do Núcleo Regional Sul), Campo Verde (e outros do Núcleo Regional Centro) e Primavera do Leste (e outros do Núcleo Regional Centro Leste) -, o vazio sanitário acontece entre 1º de outubro e 30 de novembro, e por isso a destruição de soqueiras deve estar finalizada até 30 de setembro.
Na Região II – da qual fazem parte os municípios de Campo Novo do Parecis (e outros do Núcleo Regional Médio Norte), Lucas do Rio Verde e Sorriso (e outros do Núcleo Regional Norte) e Sapezal (e outros do Núcleo Regional Noroeste), o vazio sanitário está estabelecido entre 15 de outubro e 14 de dezembro, e a destruição dos restos culturais do algodoeiro deve estar concluída até 14 de outubro.

 

Fonte: Agrolink