Nesta quinta, 08, o zootecnista, mestre em produção animal e consultor Antônio Chaker, diretor do Inttegra (Instituto Terra de Métricas Agropecuárias) concedeu entrevista ao Giro do Boi para tratar de depreciação de patrimônio dentro da fazenda, explicando o conceito e as formas de calcular conforme cada item que faz parte dos ativos de uma propriedade.

O QUE É DEPRECIAÇÃO?

“Depreciação não é nada mais, nada menos do que a redução do valor deste bem ou por uso ou desvalorização ao longo dos anos. Trata-se de ter uma reserva contábil com propósito de repor o bem em bom estado de funcionamento após a utilização do mesmo, ou seja, é ter dinheiro pra quando ele (o ativo) ficar velho, você comprar um novo, ter dinheiro pra quando a cerca ficar velha, você fazer uma nova, ou um curral”, exemplificou o consultor.

Utilizando dados coletados pelo Inttegra, que presta assessoria a quase 300 fazendas em todo o Brasil, além de Paraguai e Bolívia, Chaker afirmou que chegou a uma quantia média de R$ 4,50 por cabeça ao mês que devem ser destinados para a manutenção dos ativos, como máquinas e equipamentos, cercas, currais, casa e barracão. “Se eu olho para a despesa e vejo que o pecuarista não colocou nem metade disto, ele entra no que chamamos de ciclo da miséria, ou seja, a fazenda está piorando, está depreciando”, classificou.

A depreciação pode ser uma surpresa indesejável na hora de fazer um inventário, por exemplo. De acordo com o consultor, ter um ritmo de investimento em manutenção é fundamental para fazer a fazenda subir, e não descer de valor a cada ano. “Nós temos que ganhar da depreciação colocando foco e dinheiro em manutenção e investimento na estrutura”, recomendou Chaker.

PASTAGEM

O zootecnista diferiu ainda os investimentos a serem feitos em pastagens, que não se trata de um ativo fixo. Inclusive a depreciação da pastagem é denominada de um modo específico: exaustão. Se o devido investimento em manutenção for feito em pastagem, ela pode durar para sempre. Chaker calcula que em média cada fazenda deve investir R$ 6,00 por cabeça ao mês adicionando fertilizantes, herbicidas, roçadas ou outros tipos de manutenções do pasto para evitar sua exaustão. “Se eu não fizer isto, no ano seguinte vai caber menos gado e ainda despenca o potencial de ganho de peso médio diário (GMD) por cabeça. “Mas se eu invisto mais de R$ 6,00 por cabeça ao mês em média, eu aumento o potencial de produção”, ponderou.

Para auxiliar o produtor a fazer o cálculo de sua depreciação, Chaker apresentou em uma tela três fórmulas diferentes que podem se aplicar a diferentes realidade. Confira a íntegra da entrevista, dividida em duas partes, clicando nos players abaixo:

 

Fonte: Giro do Boi